CANDYMAN – 2021

Depois de diversos atrasos por conta da pandemia de covid-19 (e pelo fato de que o estúdio insistiu em não lançar o filme em streamings ou aluguel antes de exibições exclusivas em salas de cinema), temos finalmente em cartaz Candyman (A Lenda de Candyman, em português), a versão de 2021 do filme com o mesmo nome de 1992 (e que no Brasil leva o título ligeiramente diferente de O Mistério de Candyman). O filme atual, por mais que mantenha exatamente o mesmo nome, não se trata de um remake, mas é sim uma sequência direta da obra original. Curiosamente, o filme de 1992 já teve outras duas sequências lançadas em 1995 e 1999, ambas pessimamente recebidas pelo público e pela crítica. Dessa forma, o Candyman de 2021 ignora completamente a existência desses dois filmes e conta uma história nos tempos atuais, 30 anos após os acontecimentos do primeiro filme. Dirigido por Nia DaCosta, que co-escreve o roteiro ao lado de Win Rosenfeld e Jordan Peele, esse último, por sua vez, um dos produtores do filme, o novo Candyman continua a tradição de slasher sobrenatural repleto de comentários sociais. Dessa vez, acompanhamos o artista visual Anthony, vivido pelo excelente Yahya Abdul-Mateen II, que vive com a namorada Brianna (interpretada por uma ótima Teyonah Parris), uma diretora de uma galeria de arte. A vida do casal toma um rumo inesperado quando, após Anthony ouvir sobre a história de Candyman, uma antiga lenda urbana de uma região pobre de Chicago, ele passa a usá-la como inspiração para suas pinturas. Essa ideia, no entanto, acaba trazendo um passado assustador de volta à tona, acordando mistérios adormecidos e mexendo com a sanidade de todos os envolvidos.

Nia DaCosta faz um ótimo trabalho de direção e consegue construir uma história autêntica e comedida que tem a difícil missão de se manter à altura do clássico de 1992, mas também trazendo a narrativa para os dias de hoje. E esse objetivo é alcançado com sucesso, eu diria. O filme não reinventa a roda, mesmo assim. Não há nada de muito revolucionário nessa nova obra, que traz ótimos comentários sociais que envolvem gentrificação, brutalidade da polícia e racismo, mas nada que já não tenha sido discutido de forma semelhante e até mais bem feita em outros trabalhos. Ainda assim, com um elenco competente e com boas escolhas visuais, Candyman constrói uma atmosfera inquietante e um tensão constante que torna a experiência satisfatória. E no ato final, mesmo que alguns pontos da narrativa tenham sido simplificados ou pouco desenvolvidos, a conclusão é pertinente e eficaz.

Nota 8!

No momento, Candyman ainda não está disponível nas plataformas oficiais de streaming ou de aluguel do Brasil.


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