THE GUILTY – 2021

Em janeiro de 2018 um filme dinamarquês chamado Den skyldige (que significa “o culpado”) estreou no festival de Sundance e foi muito bem recebido pela crítica, inclusive sendo escolhido como o representante da Dinamarca para representar o país no Oscar de Melhor Filme Internacional. Em dezembro do mesmo ano, o ator estadunidense Jake Gyllenhaal adquiriu os direitos da obra a anunciou que iria produzir e protagonizar um remake (cujo título em português se chama O Culpado). O filme atual foi comprado pela Netflix e que acabou de ser lançado no Festival de Toronto. Na história do filme dirigido e co-produzido pelo veterano Antoine Fuqua (que inclusive também lançou Infinite esse ano pela Paramount+), Joe, um policial enfrentando diversos problemas pessoais e profissionais, acaba tendo que fazer turnos atendendo chamadas de emergência como forma de punição. Em meio à uma Los Angeles envolvida por chamas de incêndios florestais, o dia de Joe parece mais caótico do que o normal, principalmente depois da chamada específica de uma mulher em busca de ajuda (cuja voz é da fabulosa atriz Riley Keough).

Eu não posso falar sobre o filme dinamarquês, porque nunca assisti, então não sei se é bom ou não. Quem eu sei que amou a versão dinamarquesa, contudo, foi Jake Gyllenhaal. Afinal, para comprar os direitos do filme, produzir e estrelar a versão norte-americana, lançada apenas três anos depois, é preciso que você ame esse filme, certo? O pior de tudo é que ele deve ter pensado que a história encaixaria muito bem no contexto dos Estados Unidos atual. Bom, talvez essa pressa toda para produzir e finalizar The Guilty de 2021 tenha atrapalhado o bom senso e prejudicado o resultado final, que parece um pouco familiar e previsível, além de não ter nenhum tato no que diz respeito às relações entre polícia e a comunidade negra dos Estados Unidos. Na verdade, o filme todo, que foca na ação da polícia, ignora completamente um debate racial honesto e sincero, o que me parece uma oportunidade perdida. Além disso, o fato de que estamos sempre acompanhando o lado dos policiais, e nesse caso de um policial com comportamento super problemático e inaceitável, tenta nos fazer simpatizar com uma pessoa que não merece essa simpatia. Há, sim, pontos positivos no filme, principalmente na performance de Gyllenhaal, mas quando todo o resto parece tão descabido e inoportuno, do que adiantam boas atuações?

Nota 2!

No momento, The Guilty ainda não está disponível nas plataformas oficiais de streaming ou de aluguel do Brasil, mas deverá ser lançado na Netflix em outubro.


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