WHAT WE DO IN THE SHADOWS – 2019

Baseada no excelente filme de terror neo-zelandês de 2014 também chamado de What We Do in the Shadows (O Que Fazemos nas Sombras, em português), a série de 2019, cuja terceira temporada estreia em setembro nos Estados Unidos, traz o mesmo humor inusitado num formato de falso documentário super divertido. Ao invés da Nova Zelândia, a série agora se passa em Nova York, mas na região de Staten Island, a mais afastada e modesta da cidade, e os personagens são outros, mas igualmente hilários. As histórias giram em torno de quatro vampiros que dividem uma casa: Nandor (interpretado pelo magnífico Kayvan Novak), um vampiro da região sul do Irã que lutava pelo Império Otomano, é o mais velho do grupo e adora tomar as responsabilidades de líder, mesmo que hoje em dia tenha perdido muito da coragem e da valentia de séculos atrás; o casal insaciável Nadja e Laszlo, ela uma vampira de um vilarejo cigano que foi a responsável por morder Laszlo e em seguida de casou com ele, enquanto Laszlo foi um nobre inglês que teve e ainda tem uma vida sexual bastante ativa (eles são vividos pelos excelentes Natasia Demetriou e Matt Berry, respectivamente); e Colin Robinson, o quarto membro do grupo, é um “vampiro de energia”, ele não se alimenta de sangue como os monstros tradicionais, ao invés disso, ele suga a energia das pessoas a sua volta com histórias chatas e assuntos desinteressantes que fazem com que todos se sintam extremamente exaustos (Colin é interpretado por um também incrível Mark Proksch). O grupo é auxiliado um familiar, Guillermo (vivido pelo amável Harvey Guillén), que os acompanha com a intenção de um dia ser transformado em vampira e sempre foi fã de histórias desse universo, como do filme Entrevista com o Vampiro.

Apesar da dinâmica de What We Do in the Shadows, a série, ser muito parecida com aquela do filme de alguns anos atrás, é possível enxergar uma evolução no humor e na forma de desenvolver as histórias dos personagens principais. Claro que um dos motivos para isso é justamento o formato – nas duas temporadas de dez episódios cada uma já tivemos tempo o bastante para conhecer a fundo esses personagens maravilhosos e todas as suas peculiaridades, que não são poucas! Eles continuam sendo vampiros que pararam no tempo e muito do humor da série vem da falta de familiaridade do grupo com relação à modernidade e às tecnologias atuais, como foi no filme. Ao mesmo tempo, há diversas novidades, tanto nas dinâmicas do grupo quanto das escolhas criativas que o enredo toma. Assim, por mais que Nandor, Laszlo e Nadja sejam o coração da série, a adição de Colin e Guillermo são fundamentais para dar à história uma vida nova que a distingue do filme. O vampiro de energia, Colin, consegue nos levar a gargalhadas com as piadas mais criativas da TV nos últimos anos, completamente diferente de todas as outras narrativas de vampiros e que ainda nos leva a pensar se aquela pessoa chata do trabalho não estava, no fundo, querendo sugar a nossa energia para se alimentar. Ao mesmo tempo, o adorável Guillermo e sua relação de amor e ódio com Nandor e o mundo dos vampiros retrata muito do que ponto de vista humano e de como lidamos com esses monstros tão sedutores. Além do humor moderno e criativo, e de personagens envolventes e bem construídos, a série traz inúmeras referências ao universo do terror que vão conquistar qualquer fã do gênero!

Nota 10!

No momento, a série What We Do in the Shadows não está disponível nas plataformas oficiais de streaming ou de aluguel do Brasil, embora ela está disponível no Hulu nos Estados Unidos, o que indica que ela poderá fazer parte do catálogo da Star+ quando o novo streaming dos estudos Disney estrear no Brasil no final de agosto.


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