
Um filme para dar orgulho a todo brasileiro, principalmente à comunidade LGBTQIA+, Madame Satã é inspirado na história real de João Francisco dos Santos, uma das figuras mais marcantes da noite carioca das décadas de 1930 e 1940. Conhecido como “Madame Satã”, João foi um transformista nordestino, negro e homossexual que teve sua vida marcada pela cultura marginal da noite da Lapa. Além de artista, Madame Satã era também conhecido por não levar desaforo para a casa e acabar se tornando um alvo fácil para a polícia, o que lhe rendeu uma ficha criminal muito longa. O filme do aclamado diretor Karim Aïnouz mostra trechos da vida de Madame Satã, seu círculo de amigos e sua influência na cultura boêmia da época.
O filme foi super premiado internacionalmente e fez com que a carreira de Lázaro Ramos, que interpreta o protagonista, se projetasse como um foguete. É preciso realmente ressaltar que a atuação de Lázaro Ramos é um dos pontos altos num filme que já tem tantos outros pontos positivos. Aïnouz consegue retratar como a figura de Madame Satã, mesmo polêmica e completamente fora dos padrões sociais (da época e mesmo de hoje em dia), não se deixava ser inferiorizado por sua identidade, pelo sua afetividade, nem por suas escolhas artísticas. O filme também expõe Madama Satã de uma forma honesta e seu rodeios, mostrando como ele é consumido por seus demônios. Ele é bom e mau ao mesmo tempo, é mocinho e bandido, é complexo e cheio de nuances, e é acima de tudo um sobrevivente.
Nota 10!
Atualmente Madame Satã, embora seja um clássico do cinema brasileiro, não está disponível em serviços de streaming ou de aluguel (mesmo sendo facilmente encontrado em sites de compartilhamento online).
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