
Um terror psicológico dos mesmos diretores do filme austríaco Ich seh, ich seh (no Brasil chamado Boa Noite, Mamãe, Goodnight Mommy no inglês), O Chalé (The Lodge no original em inglês) é um filme simples repleto de momentos efetivamente assustadores. O filme começa contando a história de um casal recém-separado, cujo marido, Richard, requer um divórcio formal para poder se casar com a nova namorada, Grace. O foco da história nos minutos iniciais de O Chalé, no entanto, são as crianças, Aidan e Mia, filhos do casal. Logo no início fica claro que os filhos não querem que Grace entre na família e “roube” o lugar da mãe deles. E a história fica ainda mais tensa quando Aidan e Mia descobrem que Grace teve um passado macabro: ela foi a única sobrevivente de um culto que pregava o suicídio coletivo como forma de se livrar dos pecados cometidos em vida e ir para o céu.
Essa divisão de pontos de vista, que começa focando nas crianças e só introduz Grace depois de 20 minutos de filme, acaba confundindo um pouco a trama, pois você não entende quem o filme realmente escolhe como protagonista (com o passar do tempo, Grace ganha mais e mais destaque, mas o fato de termos começado acompanhando os filhos não nos permite mergulhar no protagonismo dela). O filme também usa o imaginário do catolicismo para trazer um clima de insanidade, mas acaba não fazendo nenhum comentário mais profundo sobre isso. Mesmo com esses defeitos e algumas reviravoltas ingênuas, O Chalé consegue construir uma atmosfera arrepiante e as estratégias de terror psicológico são bem administradas. A atriz Riley Keough está muito bem no papel de Grace e merece destaque, assim como a fotografia e a edição do filme.
Nota 7!
O Chalé (The Lodge), que foi comparado por muitos ao incrível Hereditário, está disponível para aluguel no iTunes e no Google Play.
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