
Talvez o filme mais “sessão da tarde” lançado pela Netflix nos últimos meses, Enola Holmes é uma aventura adolescente com um mistério nebuloso. Mesmo um elenco de peso, com grandes nomes como Millie Bobby Brown, Henry Cavill e Helena Bonham Carter, o filme, que conta a história da irmã de Sherlock Holmes, tenta ser algo muito maior do que consegue ser no fim das contas. Tudo começa quando a matriarca da família Holmes (vivida por Carter) desaparece misteriosamente e deixa algumas vagas pistas do motivo do sumiço. Com seu desaparecimento, os irmãos Sherlock (interpretado de forma pouco marcante por Cavill) e Mycroft (um sólido Sam Claflin, que é um dos atores mais vilanescos dos últimos anos) retornam para cuidar do futuro da jovem Enola (Brown, numa interpretação convincente), agora sozinha na casa da família. O que eles não contavam é que a irmã de apenas 16 anos havia sido criada para se tornar uma jovem independente, solucionadora de mistérios, conhecedora do mundo e expert em jiu-jitsu.
Assim, fugindo dos irmãos para encontrar a mãe desaparecida, Enola se mete nas maiores confusões possíveis, que envolvem também um marquês que decide fugir da família. O filme quer apelar para o mercado jovem de hoje em dia e tenta emular um feminismo de fachada que é descartado rapidamente no próprio roteiro, quando o filme decide glamorizar a transformação de Enola de “garota tomboy” para “jovem feminina” assim que ela chega em Londres e compra um vestido para se camuflar na cidade local, entre outros momentos sexistas. O mistério do desaparecimento da mãe de Enola é complexo e cheio de pequenas pistas, porém, tais pistas são cuspidas para os espectadores de forma tão vaga e rápida que é impossível acompanhar o passo a passo da resolução do mistério e nunca fica claro o que aconteceu de verdade. Para uma produção dessas proporções, esperava mais.
Nota 5!
Enola Holmes está disponível na Netflix.
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