
Alguns filmes nos marcam por serem tecnicamente perfeitos, outros por terem uma história completamente original, e alguns nos marcam por representarem nas telas um grupo de pessoas que nunca teve espaço nas narrativas cinematográficas. Esse é o caso de Pantera Negra (Black Panther), o 18º filme do grandioso “Marvel Cinematic Universe – MCU”, mas o primeiro a focar num protagonista negro e com um elenco majoritariamente negro. Não que o filme seja ruim tecnicamente ou criativamente, porque não é! Mas não há como negar a importância desse filme no que diz respeito à representatividade. E você pode argumentar que depois de 17 filmes, ter um primeiro filme focado num super-herói negro não foi mais do que a obrigação da Marvel, não é? E eu vou concordar, antes tarde do que nunca! Finalmente, com Pantera Negra, o MCU abriu as portas para destacar protagonistas que não fossem brancos e de quebra produziu um dos seus melhores filmes.
Pantera Negra se passa na maior parte em Wakanda, um país africano isolacionista, mas super avançado tecnologicamente, onde o rei é encarregado de proteger o reino sob o manto da Pantera Negra, que lhe dá super poderes. O rei T’Challa (interpretado por um ótimo Chadwick Boseman), após a morte do seu pai, herda o trono e os super poderes, e precisa lutar contra opositores para manter o seu posto, principalmente contra Killmonger (vivido maravilhosamente por Michael B. Jordan), que tem como objetivo tirar Wakanda do isolacionismo e começar uma revolução armada mundial contra a opressão que africanos e negros sofreram e sofrem ao redor do planeta.
E aí chegamos naquela pergunta: e tá errado? Por mais que o filme insista em apresentar Killmonger como um vilão inescrupuloso, é difícil comprar essa ideia quando os pontos que ele traz para discussão são super relevantes e fazem muito sentido. Faz sentido Wakanda se manter isolada e rica, enquanto o sofrimento reina ao redor do mundo? E esse, apesar de ser o ponto forte de Pantera Negra (um vilão complexo e com ótimos argumentos) é também o seu calcanhar de Aquiles, por nos fazer simpatizar muito mais com seu discurso do que com o posicionamento do povo de Wakanda. De qualquer forma, o filme faz o possível para, ao final, absorver os pontos positivos do discurso de Killmonger e trazer uma conclusão satisfatória.
Nota 7!
Pantera Negra, um dos filmes de maior bilheteria do Universo Marvel e o primeiro a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme, além de ser o primeiro a levar para casa estatuetas do Oscar (em 3 outras categorias), está disponível no iTunes, Google Play e Microsoft Store.