
O filme que será para sempre lembrado como como a primeira comédia-romântica de um grande estúdio de cinema de Hollywood a focar num romance adolescente gay, Love, Simon (que na versão em português do Brasil leva o título Com Amor, Simon) é uma obra de 2018 dirigida pelo cineasta estadunidense Greg Berlanti. O filme foi escrito por Isaac Aptaker e Elizabeth Berger e é baseado no romance Simon vs. the Homo Sapiens Agenda da escritora de livros infanto-juvenis Becky Albertalli. Ele acompanha a história do titular Simon Spier (interpretado por Nicholas John Robinson), um estudante colegial gay que vive no armário e que luta para equilibrar seus amigos, sua família e um chantagista que ameaça revelar sua homossexualidade para toda a escola. Tudo isso enquanto, simultaneamente, tenta descobrir a identidade do colega de classe anônimo por quem ele se apaixonou online. Tanto a crítica quanto o público elogiaram o filme pelo forma simples e natural qual a com aborda o tema da homossexualidade, descrevendo-o como “confortável, doce e comovente” e até mesmo comparando-o aos clássicos filmes de comédia dramática romântica do inesquecível John Hughes. Seu sucesso levou à criação de uma série de televisão intitulada Love, Victor, ambientada no mesmo universo do filme.
O principal mérito de Love, Simon é o fato dele existir. Por anos e anos, histórias de amor LGBTQ+ ficavam restritas ao cinema independente e, com muita sorte, conseguiam distribuição nos cinemas com uma distribuidora de médio porte. É chocante o fato de que a primeira comédia romântica gay adolescente de um estúdio de cinema tradicional de Hollywood tenha sido lançada apenas 4 anos atrás, e isso nos faz até esquecer dos problemas de Love, Simon. Talvez o que mais me incomode no filme seja a forma super “higienizada” de se tratar a homossexualidade no filme, tentando não criar nenhum desconforto. O roteiro evita conflitos mais intensos e, mesmo sofrendo por ter que descobrir sua sexualidade enquanto sofre ameaças de ser tirado do armário contra a vontade, todo o entorno do protagonista é hiper tolerante e o apoia, incluindo sua família e seus amigos. Isso também tem a ver com o fato de que Simon seja branco e se comporte dentro dos ideais masculinos que a sociedade prega, diferentemente de seu colega de escola Ethan (vivido por Clark Moore), que é negro, efeminado e abertamente gay. Acho que conhecer a história de Ethan seria bem mais interessante, mas não é esse o propósito de um filme que quer ser otimista, leve e confortável para o espectador – para isso, ele precisa nos apresentar uma vida mais fácil, como a de Simon. E nesse sentido, ele completa todos o requisitos de uma boa comédia romântica, com um elenco sólido e uma trama envolvente.
Nota 7.
No momento da publicação deste artigo, Love, Simon está disponível para streaming na Star+ Brasil. Se você se interessou por essa obra e quer conhecer mais sobre ela, incluindo outras opiniões, abaixo você encontra o link para o Letterboxd e para o TvTime, que são redes sociais de pessoas que comentam todas as obras do mundo do cinema e da televisão. Além disso, já que os filmes e as séries estão sempre mudando de streaming, você pode visitar o JustWatch, uma ferramenta que mostra a disponibilidade de filmes e séries em todas as plataformas de diversos países, para conferir de forma atualizada onde assisti-los! 🎥
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