
Essa ótima comédia LGBTQ+ dirigida por Jamie Babbit e escrita por Brian Wayne Peterson é um daqueles filmes satíricos que tem tudo a ver com os anos 90. But I’m a Cheerleader (que em português recebeu o título de Nunca Fui Santa) conta a história de Megan Bloomfield (vivida pela sempre irreverente Natasha Lyonne), uma líder de torcida de apenas 17 anos cujos pais, amigos da escola e o próprio namorado começam a desconfiar que seja lésbica. É aí que eles decidem fazer uma intervenção e mandar a jovem para uma clínica de terapia de conversão de homossexualidade. É na clínica que, enquanto os fundadores tentam as mais absurdas técnicas para mudar a sexualidade dos jovens internados, Megan e seus colegas vão começar a entender e lidar com seus desejos de uma forma que ele nunca havia imaginado. Entre outros nomes, o filme conta com a excelente Clea DuVall como Graham, uma garota lésbica que tem uma relação problemática com os pais e sabe o quanto a terapia de conversão é inútil; e o icônico RuPaul, como Mike, um dos líderes da clínica que se autoproclama ex-gay, mas que na verdade ainda sente atração por outros homens.
But I’m a Cheerleader faz um ótimo trabalho de expor a falcatrua por traz de terapias de conversão de homossexualidade e faz isso de maneira divertida e bem humorada, deixando uma incrível mensagem de autoaceitação. Isso tudo num filme bobo, engraçado e despretensioso, que não se leva muito a sério. As piadas são, em sua maioria, ótimas, mas com algumas exceções que parecem ter envelhecido mal nesses últimos 22 anos desde que o filme foi lançado. Já a história é bem simples, talvez simples demais, mas é o suficiente para passar a mensagem de forma eficiente. A conclusão dessa história, por sinal, parece um pouso apressada, mas ainda foi satisfatória o bastante. Já o elenco é incrível, todos estão muito bem e têm uma química excelente. Ou seja, sim, é uma comédia com falhas e irregular em sua maior parte, mas também espirituosa e fácil de assistir mesmo assim. But I’m a Cheerleader grita alto e bom som que está tudo bem ser gay numa época em que pouquíssimos filmes eram corajosos o suficiente para fazer isso. E uma outra coisa: mesmo com falhas, existem muitos filmes piores por aí (a maioria héteros, por sinal) que são muito mais famosos e elogiados, então não ligo de passar um pano para os problemas de um filme queer!
Nota 8!
Atualmente, But I’m a Cheerleader não está disponível nas plataformas oficiais de streaming ou de aluguel do Brasil.
Veja também:
Deixe um comentário