
Dirigido por Jon M. Chu, In the Heights (que em português levou o título de Em Um Bairro de Nova York) é um drama/romance musical escrito por Quiara Alegría Hudes. O filme é uma adaptação da peça musical que estreou em 2005 escrita pela própria Hudes juntamente com o namoradinho dos musicais dos Estados Unidos, Lin-Manuel Miranda. O filme acompanha a vida de diversos personagens de origem latina que vivem no bairro de Washington Heights, no extremo norte de Manhattan, durante um verão particularmente quente. O protagonista, Usnavi, é um jovem de origem dominicana (interpretado por Anthony Ramos), que economiza todo o dinheiro que consegue trabalhando num mercadinho para poder realizar seu maior sonho: retornar para a República Dominicana e abrir um quiosque na beira da praia. Enquanto acompanhamos as aventuras do rapaz, cruzamos com todos os tipos de pessoas nas ruas do bairros, cada qual com seus sonhos e suas vontade. Entre elas estão Vanessa (vivida por Melissa Barrera), o crush de Usnavi, que sonha em se tornar uma grande estilista de moda e morar num bairro bom de Nova York; Nina (interpretada por Leslie Grace), a jovem prodígio da comunidade que retorna após ter passado um tempo numa renomada universidade; e Benny (vivido por Corey Hawkins), um jovem negro que é apaixonado por Nina e que trabalha para a família da moça, mas que justamente por isso teme não ter chances com ela.
In the Heights é uma grande festa com muita música, muita cor, muito sotaque e muito amor. Em alguns momentos chega a ser muita informação, principalmente nos primeiros 20 minutos onde muito acontece rapidamente e tudo é na forma de música, inclusive alguns diálogos que não fazem parte de canções são falados em tom de música. Chega a parecer um exagero, e pra mim, que tenho um certo pé atrás com o universo fantástico dos musicais, se torna cansativo. O filme me transmite uma artificialidade que faz com que a história pareça menos autêntica, não só por ser um musical que ignora as leis da física, mas por ter um otimismo que quase deixa de lado as questões sociais. O lema das canções parece ser “sou pobre, mas sou feliz”, o que é bastante superficial e problemático, além de contraditório, quando a maioria das personagens claramente quer ter uma vida melhor. Há uma única cena curtinha em que os personagens falam em protestar contra o sistema que oprime latinos nos Estados Unidos, o que poderia ter sido mais aprofundado. Ainda assim, In the Heights tem seus méritos, é um filme sobre origens, tanto aquelas mais distantes, dos nossos antepassados, quanto as mais próximas, dos bairros onde crescemos. E ele mostra que ambas são fundamentais para moldar as nossas identidades e os nossos sonhos.
Nota 6!
In the Heights está disponível nos cinemas e na HBO Max, que estreia no Brasil ainda nesse mês de junho.
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