
O segundo longa do diretor Robert Eggers continua trazendo a mesma tensão perturbadora que já existia em seu primeiro filme, A Bruxa. Dessa vez a trama se passa numa pequena ilha onde dois homens são responsáveis por manter um farol. Nela, Ephraim (vivido maravilhosamente por Robert Pattinson) e Thomas (interpretado de forma magnífica por Willem Dafoe) chegam no farol onde devem ficar no período de um mês. Thomas, que é veterano no trabalho, tem também o dever se supervisionar o novato Ephraim, que está fazendo esse trabalho pela primeira vez. Nesse contexto de isolamento, os dois personagens trocam momentos de hostilidade e de intimidade, cada vez mais afetados pela natureza ao redor, mas também por seus traumas e medos interiores.
A produção é belíssima em todos os sentidos. Filmado em preto e branco e com uma proporção de tela mais quadrada, O Farol evoca muito bem a atmosfera de um período distante do passado, e foi merecidamente indicado ao Oscar de Melhor Fotografia. Você se sente sugado para o final do século XIX, mas não só pelos visuais, o texto e a linguagem antiquada muito bem entregue pelos atores também ajudam nessa viagem no tempo. O filme se inspira num conto não finalizado do escritor de terror gótico, Edgar Allan Poe, e consegue nos trazer um sentimento muito parecido com o que se tem ao ler outras obras do autor ou assistir adaptações baseadas no trabalho de Poe. O Farol é um suspense psicológico com elementos de terror que brinca com a sanidade dos personagens e também de quem assiste, e faz isso de forma efetiva e visualmente estonteante.
Nota 10!
Atualmente, O Farol está disponível para streaming no Telecine e aluguel no Google Play, Looke e Microsoft Store (clique nos JustWatch para saber mais).