A origem do cinema se deu com os curtas. A convenção atual de que um film deve ter em torno de uma hora e meia ou duas horas de duração levou bastante tempo para se solidificar, com a produção de longas-metragens de popularizando apenas nas décadas de 1920 e 1930, principalmente nos Estados Unidos. Mas esse não foi o fim dos curtas-metragens, eles continuaram sendo uma opção mais barata de se produzir para cineastas iniciantes e uma ótima opções de entretenimento para quem tem menos tempo disponível, mas ainda assim quer conhecer uma boa história. Esse ano decidi fazer as críticas dos curtas indicados ao Oscar por dois motivos: primeiro, porque curtas podem ser tão incríveis quanto longas e são uma ótima oportunidade de se conhecer novos talentos; e segundo, porque a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA que organiza o Oscar tomou a triste decisão de fazer as entregas dos prêmios de Melhor Curta Live Action, Melhor Curta de Animação e Melhor Documentário em Curta-Metragem antes da cerimônia ao vivo, gravando os discursos e incluindo-os na transmissão ao vivo posteriormente, o que mostra um enorme descaso com esse formato de cinema tão antigo e precioso. O que é uma pena, uma vez que o Oscar é uma das poucas premiações de grande alcance que também premia filmes de curta-metragem.

Hoje vamos falar do documentário Three Songs for Benazir (em português do Brasil chamado de Três Canções para Benazir), dirigido por Elizabeth Mirzaei e Gulistan Mirzaei. Nele acompanhamos a história de Shaista, um jovem afegão recém-casado com Benazir e morando em um campo para deslocados em Cabul, a capital do país. O rapaz luta para equilibrar seus sonhos de ser o primeiro de sua tribo a se juntar ao Exército Nacional Afegão com as responsabilidades de começar uma família ao lado da esposa que ele tanto ama. Mas mesmo que o amor de Shaista por Benazir seja evidente, as escolhas que ele deve fazer para construir uma vida com ela têm consequências profundas e mostram o quão difícil é a vida no país mesmo antes do retorno do Taliban ao poder. O documentário é uma reflexão triste e realista sobre a vida afegã durante a ocupação estadunidense do país, e também é bastante curto e direto ao ponto. O filme poderia ter usado mais tempo para mergulhar de forma mais profunda nas vidas de seus personagens, principalmente Benazir. Ainda assim, Three Songs for Benazir é um filme corajoso e marcante.
Nota 7!
No momento da publicação deste artigo, Three Songs for Benazir está disponível para streaming na Netflix do Brasil. Se você se interessou pelo filme e quer conhecer mais sobre ele, incluindo outras opiniões, abaixo você encontra o link para o Letterboxd, uma rede social de pessoas que comentam todas as obras do mundo do cinema. Além disso, já que os filmes estão sempre mudando de streaming, você pode visitar o JustWatch, uma ferramenta que mostra a disponibilidade de filmes e séries em todas as plataformas de diversos países, para conferir de forma atualizada onde assisti-los! 🎥
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