
A continuação de Don’t Breathe de 2016 (O Homem nas Trevas, em português), chega aos cinemas em 2021 Don’t Breathe 2 (chamado de O Homem nas Trevas 2 no Brasil) dirigido pelo cineasta uruguaio Rodo Sayagues em seu longa-metragem de estreia, e também co-escreve o roteiro ao lado de Fede Álvarez, que por sua vez foi o diretor do primeiro filme. A história dessa vez se passa oito anos após os acontecimentos do filme inicial e foca na vida do homem cego, Norman Nordstrom (vivido pelo grande Stephen Lang), que foi o grande vilão daquela primeira aparição. Norman agora é o “pai adotivo” de uma criança de onze anos (interpretada por Madelyn Grace) que ele encontra na rua após um incêndio numa casa da região. Chamada por ele de Phoenix, a jovem menina vive presa dentro de casa e só sai com Norman para praticar atividades de sobrevivência. Essa calma toda é interrompida quando uma gangue demonstra interesse em raptar Phoenix e acaba invadindo a casa onde ela mora com Norman, fazendo com que os instintos mais assustadores desse perigoso homem voltem à tona.
O pior filme é aquele que, para começo de conversa, nem deveria existir. O primeiro Don’t Breathe, por mais que seja um suspense de terror empolgante, já constrói um vilão super problemático. O filme se perde ao construir um vilão imoral que sequestra e estupra mulheres e relacioná-lo à falta de deus. Agora, trazer esse mesmo vilão problemático para um segundo filme com a tentativa de redimi-lo é uma das ideias mais absurdas e injustificáveis que eu já vi na história do cinema recente. Simplesmente não faz sentido e não vejo como qualquer pessoa com bom senso queira simpatizar com o personagem de Normal Nordstrom. Não bastasse isso, o filme reafirma um teor cristão-conservador ao associar o novo vilão, que é Raylan, o líder da gangue interpretado por Brendan Sexton III, com uma fala logo nos primeiros minutos que critica a Guerra do Iraque (uma crítica que raramente se vê no cinema dos Estados Unidos e que agora, quando é feita, é logo associada a algo ruim e, por isso, rapidamente descartada). Do ponto de vista moral, o filme só me deixa claro que os roteiristas Rodo Sayagues e Fede Álvarez não fazem ideia do que estão fazendo, ou se fazem, pior ainda – só têm as escolhas descabidas e vergonhosas. Por fim, nem a parte de terror e suspense chega a ser boa como foi no primeiro, então realmente, não há nada que salve essa tragédia na forma de filme.
Nota 1.
No momento, Don’t Breathe 2 ainda não está disponível nas plataformas oficiais de streaming ou de aluguel do Brasil.
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