Weapons (A Hora do Mal, no Brasil) é o tipo de filme que já chama a atenção antes mesmo da primeira cena aparecer na tela, com um elenco de peso e um diretor que já havia trazido boas novidades ao gênero do terror há poucos anos. Dirigido e escrito por Zach Cregger, o mesmo de Barbarian, e estrelado por Josh Brolin, Julia Garner, Alden Ehrenreich e a sensacional Amy Madigan, o longa chega com a promessa de misturar horror, humor e mistério de um jeito pouco convencional. E, de fato, entrega uma experiência original e envolvente, daquelas que deixam um frio na barriga enquanto desenvolvem uma trama complexa e tenebrosa.

A premissa acompanha o desaparecimento repentino de dezessete crianças da mesma sala de aula em uma pequena cidade americana. Todas saem de casa exatamente às 2h17 da madrugada e desaparecem sem deixar rastros. Apenas uma delas, Alex Lilly, fica para trás. A partir desse ponto, acompanhamos a professora Justine Gandy, os pais desesperados como Archer Graff e o policial envolvido na investigação, enquanto todos tentam encontrar sentido no que parece impossível de compreender. Relatos fragmentados, câmeras de segurança e sonhos perturbadores vão revelando um mistério cada vez mais profundo.
Mas Weapons não se limita a contar uma história de desaparecimento. A verdadeira essência do filme está na forma como ele retrata o medo coletivo e a maneira como uma comunidade reage ao inexplicável. O terror não vem apenas de algo externo, e sim da sensação constante de que algo está errado, de que a normalidade pode ruir a qualquer momento. A narrativa dividida em diferentes perspectivas abre espaço para enxergar esse horror de vários ângulos, explorando o trauma, a paranoia e o peso da culpa.
Tematicamente, o filme trabalha questões como a fragilidade da infância, a histeria social, a manipulação do medo e o desespero em buscar culpados quando o mistério parece impossível de resolver. O humor sombrio aparece especialmente na figura da antagonista interpretada por Amy Madigan, que consegue ser divertida e assustadora ao mesmo tempo, criando momentos que aliviam a tensão sem quebrar o clima de estranhamento. A mistura de gêneros funciona bem, embora o filme tenha alguns clichês aqui e ali, nada que prejudique de verdade a experiência.
Weapons conseguiu me deixar intrigado o tempo todo. A ideia das crianças saindo de casa no meio da noite me deu aqueles calafrios silenciosos que ficam na cabeça depois da sessão. É uma imagem realmente assustadora e que poderia até ter sido mais bem aproveitada no filme. A narrativa por múltiplos personagens mantém a curiosidade ativa, mesmo quando o ritmo diminui. É verdade que o filme é um pouco mais longo do que precisava e, em certos momentos, acaba ficando cansativo, mas a originalidade da proposta e o suspense constante fazem valer a jornada.
Nos bastidores, Weapons foi um dos projetos mais disputados do gênero. Após o sucesso de Barbarian, o roteiro de Zach Cregger gerou uma verdadeira guerra de lances entre estúdios, até a New Line Cinema assumir a produção, garantindo ao diretor liberdade criativa. O elenco passou por mudanças devido às paralisações de Hollywood em 2023, e Pedro Pascal, que estava inicialmente envolvido, acabou deixando o projeto, dando lugar à formação final liderada por Brolin, Garner e Ehrenreich. As gravações ocorreram na região de Atlanta e envolveram mais de 170 crianças nas cenas escolares.
Nota: 8
No momento da publicação desta resenha, Weapons está disponível para streaming no catálogo da HBO Max e da ClaroTV+, além de plataformas de aluguel digital.🎥
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