Viggo Mortensen é um ótimo ator, mas com algumas decisões um tanto quanto controversas na carreira recente, como ao aceitar fazer parte do problemático filme Green Book. Por isso fiquei com um pé atrás ao saber que Viggo havia escrito, dirigido e protagonizado um filme em que ele faz um homem gay. No entanto, Falling tem mais acertos do que erros ao contar a história de John e seu pai, Willis, que começa a apresentar sintomas de demência e precisa de cuidados extras. Assim, o patriarca vai viver com John e seu marido, Eric (vivido por Terry Chen), e com a filha adotiva do casal, enquanto procura por uma nova casa. O problema é que Willis é homofóbico e tem uma visão de mundo antiquada, afastando as pessoas ao seu redor, principalmente seus filhos, netos e ex-esposas.
Em sua maior parte, Falling é um filme padrão, com bastante drama familiar que consegue facilmente nos fazer entender as dificuldades de John em conviver com um pai tão diferente e problemático. Mais do que um homem idoso e doente, Willis tem uma personalidade ruim, é um péssimo pai e não sabe conviver em harmonia com as pessoas ao seu redor. Dessa forma, por mais que o filme tente mostrar que Willis um dia tenha sido um homem bom, é muito difícil comprar essa história. Grande parte do filme é baseada em flashbacks que mostram altos e baixos da vida de Willis e sua relação com John, são cenas bonitas, mas acontecem o tempo todo. É difícil encontrar 10 minutos do filme que não sejam interrompidos por um flashback. Não fosse por essa quantidade imensa de flashbacks, que são incessantes tentativas de criar alguma simpatia em Willis, o filme seria melhor. As atuações são sólidas, por mais que Viggo escorregue vez ou outra, e a adorável Laura Linney faz uma participação que deveria ser mais longa!
Nota 7!
Falling ainda não está disponível nas plataformas de streaming ou de aluguel do Brasil.
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